Os tr�s celulares e dois laptops ligados em wireless denunciam um executivo  workaholic. Os neg�cios voam, e � preciso monitor�-los em tempo real. E s� uma coisa pode tirar o jovem Alexandre Eckmann desse roteiro: o brev� de comandante de avi�o na carteira � o passaporte que o faz pular do sof� na sala vip para a cabine de um jato.

Aos 34 anos, ele tornou-se um empres�rio da avia��o executiva e hoje, em sociedade com um amigo, comanda a Colt Aviation, com quatro Learjets. O case de Eckmann � a prova de que o setor de avia��o executiva decolou no pa�s nos �ltimos anos.

� Fundei a Colt em Miami, em 1997, para importa��o e exporta��o de pe�as � explica, ao passo que rememora tamb�m que turbul�ncias na economia internacional o fizeram abandonar o sonho por alguns anos.

Em 2001, aos 27 anos, com o brev� de comandante, operou em companhias como TAM, Varig e Transbrasil. Vislumbrou no novo horizonte dos bons n�meros da economia um c�u aberto para refazer seu pr�prio plano de v�o. Na rotina de venda e compra de avi�es para empres�rios e amigos, mesclou o papel de piloto de empresas com o de consultor. Em 2004, tinha um �timo sal�rio como comandante do Legacy da mineradora Vale, mas abandonou para refazer, no ano seguinte, sua decolagem solo.

A consultoria rendeu financeiramente e conseguiu dois avi�es. Encontrou em Alex Meyerfreund, o herdeiro da f�brica de chocolates Garoto (vendida recentemente), o s�cio que procurava para a Colt.

Engana-se, no entanto, quem pensa ter sido um c�u de brigadeiro as parcerias de Eckmann antes de Meyerfreund. Por tr�s vezes, aqui e nos Estados Unidos, viu promessas de sociedade ca�rem por terra. A entrada do s�cio na Colt capitalizou a empresa.

O Brasil possui a segunda maior frota de avi�es do mundo. S�o 10.562 aeronaves �  .700 monomotores, 330 jatos e 1.100 helic�pteros, entre outros modelos. N�meros que embalam o setor, apesar da crise financeira atual no mundo.

� E a vantagem do pa�s � que a m�dia de idade da frota do t�xi a�reo � de 15 anos, muito nova � complementa.

O novo cen�rio da economia brasileira explica bem o porqu� de n�meros positivos no setor. Cada vez mais empres�rios t�m recorrido aos jatos para neg�cios. E, nos fins de semana, � mais comum ver fam�lias e amigos trocarem um v�o comercial pelo atendimento personalizado e luxuoso de um avi�o executivo.

� A log�stica � tudo para se evitar preju�zo � sentencia Eckmann � Apesar da crise, hoje, os empres�rios cada vez mais precisam de agilidade para fechar neg�cios, e a avia��o executiva � uma ferramenta para otimizar custos.

Os ventos da crise norte-americana ainda n�o causaram tempestades aqui. Prova � que o Brasil tem uma carteira de recebimento de mais de 280 jatos executivos nos pr�ximos anos. O setor, apesar disso, continuar� aquecido, diz o comandante.

N�o por acaso outras empresas do ramo continuam fortes.

� As pessoas pensam que os fretamentos, por exemplo, v�o diminuir.

N�o necessariamente, porque as empresas v�o precisar fechar mais neg�cios. O frete passar� a crescer, agora � acredita Eckmann.